quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Auto- Rabisco - Sim, me vejo feia e estranha assim



Eu sou traços em formas inconcisas
Estranhas que criam entre riscos e linhas
Imagem destorcida imprecisa
Refletia nas atitudes tão minhas...
*
Sou a ilusão de ótica confusa
Visão psicodélica no tempo
De emoção variável difusa
Prisioneira de honorável templo...
*
Sou os rabiscos que refletem minha visão...
Sou as linhas que desconhecem limites...
Sou o doce que causa aversão...
Impossível é que me imites...
*
Sou a realidade que ninguém deseja
O retrato que esconde segredos...
Uma vontade que um sonho despeja...
Uma canção desafinada sem enredo...
*
Sou a que abraça, mas não suporta o toque...
A esponja que absorve todas as dores
Sou o incomodo que não há quem invoque
Uma flor de incertos odores...
*
Sou a que ama a distancia
E eleva nomes em oração...
Sou um bicho em eterna inconstância...
Sou o contínuo compasso do coração...
*
Sou a vela acesa derretendo...
Pequena luz que quer vencer a escuridão...
Limitada... Aos poucos...Desfazendo-se...
O atrevimento apreciador de solidão...
*
Sou a palavra dura que oculta amor...
Devoção pela vida, centelha divina...
Sou quem sem medo enfrenta a dor...
Sou corpo de mulher com alma de menina...
*
Sou aquela gargalhada vulgar
Ecoando exibida no meio da rua
Sou a graça sem graça ímpar
Sou a insana Alma Nua!
*

Shimada Coelho - Direitos Reservados
Publicado no Recanto das Letras
Protegido sob o código T1409439

Licença Creative Commons
Auto-Rabisco de Shimada Coelho é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.


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