quinta-feira, 16 de abril de 2009

UMA POBRE COITADA




A tez é pardacenta, desbotada,
O peito cheio de palavras não faladas,
Quase nada possui a dividir...
Frágil fera sem jaula, seminua,
Circula maltrapilha pela rua,
Em busca de alimento e sem porvir.
Não sonha, não faz planos,
Indiferente à vida há tantos anos
Perdida em multidões cada minuto,
Só precisa de comida e um cobertor,
Usado ou não de acordo com o calor
Que o sol empresta ao seu teto,
O viaduto.
*
Márcio Kneipp

Um comentário:

Vampira Dea disse...

O verso pode ser pra cachorra e pra gente tb... É chato exixtir com tanta frequencia essa possibilidade.