terça-feira, 7 de outubro de 2008

Meus Anos, Uma Vida


Reflito nos dias passados,
Tomo-me de prudência...
E penso onde nesses anos acumulados,
Vivi em grande fulgência?


Tantas oportunidades perdidas,
Outros rumos tomei...
Meus caminhos deixaram -me feridas...
E delas todas me curei!


Nasci pequena a chorar,
Quando a luz do mundo vislumbrei...
Mal sabiam que eu estava a me apaixonar,
Por este mundo me encantei!


Acostumada no útero pela escuridão,
Apenas uma música todo dia a escutar...
Eram as batidas rítmicas de um coração,
Que batia a vida que eu deveria amar!


Cresci entre os animais domésticos,
Na horta, no jardim e no quintal...
Eles me ensinaram segredos mágicos,
E me revelaram belezas sem igual!


Os animais sempre diziam,
Como eram parecidos comigo...
E sempre alegres transpareciam,
Que perto de mim não havia perigo!


As flores contaram -me do que gostam,
E porque vivem a dançar...
O bater das asas dos pássaros entoam,
A mesma música que o vento vai cantar!


Os insetos tanto ensinaram,
Sobre a grandiosidade nas coisas pequenas...
Mesmo que frágeis pareçam,
Juntos não são só um, podem ser centenas!


O mundo mudava constantemente,
Meu corpo com ele também!
Mas, minha alma e minha mente,
Nunca mudavam, nem por ninguém!


Conforme fui crescendo,
Fui comprovando o que ainda a criança via...
E também fui percebendo,
Que uma missão me cabia!


Sempre olhei cá dentro de mim,
Sabia que o mais importante cá guardava...
Sabia que as riquezas do universo sem fim,
Para o exterior emanava!


Passados tantos anos vividos,
Aquela criança não mudou...
Ainda fala com os animais seus queridos,
Ainda canta para a flor que brotou!


Pela vida novamente me apaixonei,
Foi quando meus filhos nasceram...
Com eles novamente me encantei,
E com eles, um novo mundo trouxeram!


Se dentro de mim um milagre acontece,
O que posso fazer ao meu redor?
Lembrar a pessoa que se esquece,
Que somos iguais, nem maior nem melhor!


Quantos perigos me cercaram...
Em quantas ciladas tropecei!
Mas, com Deus e seus anjos que me guardaram,
De todos elas escapei!


A morte muitas vezes me rondou,
Tentando impedir minha lida...
Mas, de mim ela se afastou,
Cada vez que invoquei por vida!


Fui violada, machucada, excluída,
Fui discriminada e banida...
Fui insistente, determinada,
Nem pela tristeza fui vencida!


Meu corpo já cansado e doente,
Não pode também me tirar...
A minha paz evidente,
E a alegria que me faz cantar!


E onde estará o esplendor de meus anos...
Eu a resposta já sei!
O dia que nasci foi glorioso,
E o dia de hoje que alcancei!



by Shimada Coelho

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