domingo, 12 de outubro de 2008

Antagonismo do Ser...em Ter


Triste sina está dos poetas...
Escrevem as canções da alma
E nunca... Satisfazem-se...
Buscam pela execução completa...
Que ao ler se faça repleta
Para que os sentimentos acalmem-se!

A alma é intrometida e sobre tudo quer falar...
Não lhe basta tudo que pode ver
Em sua clausura onde está a viver...
Que falar do que enxerga e está fora...
Quer falar que logo daqui vai-se embora
E quem nada aqui lhe vai prender!

Mas há algo que revira a essência...
E lhe faz ficar por aqui um pouco mais...
As emoções do corpo são tão intensas!
Fascinantes, entorpecem a alma...
Revira-se, contorce-se, perde a calma...
Deliciosas emoções, grandiosas, imensas!

O conhecimento da mente busca
Desvendar os enigmas da existência...
Os mistérios do Universo fascinam...
Mas esse fascínio jamais pode se igualar
Tão pouco se assemelhar...
Aos mistérios do coração...Intrigam!

Qual Ciência pode explicar...
Essa necessidade absurda?
O desejo incontrolável por um beijo...
Numa necessidade de comer,
Para esta fome morrer...
A fome da alma é desejo!

Poderia ser simples matar e esquecer...
O desejo quer muitas vezes o que não deve...
O corpo convence a alma do bel prazer
Da beleza da boca com boca...
Onde a fonte da paixão louca
Desperta a vontade de mais viver!

E as mãos desesperadas buscam...
O que é que está faltando, afinal?
O desespero de saciar o vazio...
Na alma uma parte que complementa falta...
No corpo uma parte de carne que mata...
O desejo, o vazio e o cio!

Triste sina está dos poetas...
Precisam dos sentimentos para escrever...
E de sentimentos nunca... Fartam-se...
Buscam a execução completa...
Para a própria alma estar repleta...
De vida intensa satisfazer-se!

Shimada Coelho

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