sábado, 28 de junho de 2008

O que você quer para você?‏

O que está fazendo para conseguir o que quer? Alguns querem mudar a forma de se vestir, outros o corte ou cor do cabelo, alguns querem mudar de casa ou os móveis, muitos querem eliminar alguns quilinhos. Enfim, mudar algo, ainda que superficial e externo.

Mas, quando se trata de mudanças mais subjetivas e menos concretas, como o jeito de ser, comportamentos, valores e crenças internas, achamos que todos que estão à nossa volta é que têm de mudar: esposa, marido, pai, mãe, irmãos, amigos, chefes, vizinhos... Qualquer um, menos nós. Quando na realidade quem muitas vezes está insatisfeito é você e não o outro.

No quadro das relações humanas, entretanto, não é bem assim. Se precisamos de uma mudança séria, nós é quem temos de mudar. É algo interno e nunca externo. Apenas acaba por refletir no externo e nas relações. Quando mudamos, geralmente, todos que fazem parte do nosso mundo e se relacionam conosco também mudam. Desde, é claro, que as pessoas que estão ao nosso lado tenham a disposição de cooperar, do contrário depende de você continuar convivendo ou não.

Mas é preciso antes de tudo, estarmos dispostos a mudar. E, se tivermos essa disponibilidade, poderemos ter tudo o que desejamos, só não pode é ficar de braços cruzados esperando o tempo e a vida passar.

Tudo que temos a fazer é identificarmos as crenças e os pensamentos que devemos modificar e nos libertar. Parece simples, não? Mas nem sempre é fácil, depende de cada um. Comece valorizando cada esforço que fizer. Pode haver um período de transição entre o velho e o novo sistema de crenças. É possível que você vacile ao sair de antigos modelos de comportamento e pensamento, que podem até não servir mais e lhe causar sofrimento, porém são conhecidos.

Permita-se explorar o passado e chorar, se necessário. Lembre-se que as crenças que temos são idéias e pensamentos que aceitamos como verdadeiros, quando muitas vezes não acreditamos nisto. Sejam quais forem suas crenças e valores, não se esqueça que não passam de pensamentos que podem ser modificados quando você quiser.

Se você aceitar, por exemplo, uma crença que o limita, ela se tornará a verdade para você. Se você acredita que é baixo demais, alto demais, gordo demais, magro, pobre, burro, tímido, incapaz, essas crenças se tornarão verdadeiras e reais para você. E você irá viver de acordo com elas e sofrer também, pois acreditar que só temos o lado negro não torna ninguém saudável. Depende de cada um reavaliar cada um delas e perceber o que é real ou não, começando a separar fantasia da realidade, imposição de opção.

De todos os pensamentos negativos o mais comum é: "não sou bastante bom" ou "não sou capaz". Às vezes isso se dá por falta de amor-próprio e baixa auto-estima, ou algum tipo de culpa. O importante é aprendermos - ou reaprendermos - a amar a nós próprios.

Auto-aprovação e auto-aceitação são as chaves para as mudanças positivas em todas as áreas de nossa vida. Parte da auto-aceitação é se libertar da necessidade da aprovação e da opinião dos outros. Muitas das coisas que acreditamos sobre nós mesmos não tem o menor fundamento. Às vezes nos recusamos a investir esforços na criação de uma vida melhor porque não acreditamos que merecemos. Aceite o que é bom, quer você agora ache que mereça ou não.

Você pode começar a desenvolver sua auto-aprovação e auto-aceitação começando a cuidar mais de você. Cada vez que você fizer uma crítica sobre algo que fez ou sua imagem, você fará também um elogio. O que você tem feito ultimamente só para te agradar? Nada? Quando foi a última vez que você deu umas boas risadas ou até uma gostosa gargalhada? O que você faria só por divertimento?

É possível que você encontre prazer em ler um livro, ir assistir aquele filme que você vem adiando e logo sairá de cartaz. Pode ser ainda cuidar mais de seu jardim ou comprar uma planta e começar a cultivá-la. Pense no que mais gostaria de fazer. Pense sem pressa.

Você poderia ainda ir até a praia, um parque de diversões, subir numa árvore ou, por que não, empinar uma pipa ou reunir um grupo e fazer um piquenique. Faça uma lista com algumas maneiras de você se divertir, é claro, de uma maneira saudável e tente envolver-se aos poucos nestas atividades.

Comece aos poucos. O importante é começar e não desistir. Lembre-se que as sementes precisam de tempo para germinar e crescer. Seja tão amoroso e compreensivo consigo mesmo como seria com um amigo. Não se pode esperar que uma semente se transforme em árvore de um dia para outro. Os resultados não são imediatos, mas se você se propuser a se ajudar, é provável que se surpreenda com os resultados.

Como você pode perceber, todos nós podemos nos libertar de tudo aquilo que nos faz mal e infeliz. E você pode cuidar de si mesmo desde já, basta começar...


Rosemeire Zago
Psicóloga clínica
com abordagem
jungiana. Desenvolve
o auto conhecimento
e ministra palestras
motivacionais.
Contato: (011) 3815.9172

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