segunda-feira, 10 de novembro de 2008

El cantante

*

Todos os sorrisos se desfizeram e na calada da noite a inteligência condena.

Quem sente a culpa de nós todos? Os álibis são os mesmos, nem um enxugar de lágrima da tristeza necessária por aqui seria impetuosa,

Nem as batidas de palmas do carteiro seriam o alívio da agonia de esperar por algo que não vem, eu sou triste assim por que algo

me falta.

*

Nos arredores, choros de criança,

Que não consegue falar o que quer

Por que a voz lhe falta

Por que lhe falta a palavra

Por que lhe falta a vida

*

E na vida que sobra

Fica o desespero

De não saber nada

Nem pro que serviu...

Nem pro que era pra ser

Quem foi já era

Quem ficou

Ficou...

*

Quando as tecnologias brindam nossos olhos

No entardecer de um domingo

Vibra a ignorância do olho

Que só enxerga o que vê

Como o órgão é obsoleto

Vem o espírito da tv

O conteúdo absurdo

Queira ou não queira

Faz parte de você

*

Rima de louco gera descrença

Tecidos vermelhos podem decorar

Esconder o rosto agudo e debochado

De quem tem vontade de se exilar

O exílio de poucos será o paraíso!

Logo o paraíso que ninguém nunca descreveu

Pois quem descobre o paraíso

Não consegue contar pra ninguém

*

Na falta de rosas te envio margaridas

E uma banda pra tocar a noite inteira

Conheço o cantor, o violeiro, sanfoneiro e a cantora...

Até paguei iluminador pra acender a fogueira

Sou teu amigo, poeta e amante...

Dou-te meu coração

Sou um romântico

El cantante

*

*

Um comentário:

Anônimo disse...

Obrigado pelo carinho, ãinda não sei como retribuir, saudade de sua voz, de tua inquietude...

RD