sábado, 28 de junho de 2008

Morrendo para Viver!

No silêncio da madrugada,
Tento minha alma ouvir...
E temo que a inspiração,
Por algum motivo quis partir!

As emoções em mim estão mais intensas,
E nos pensamentos mais convicção...
Mas não fluem mais as imensas,
Confissões do coração!

Isso se deve a visita inesperada,
De uma Dama de negro vestida...
Nenhum aviso de sua chegada,
Nenhuma oportunidade de despedida!

Quando a vi em minha frente,
Meu corpo até a alma tremeu...
Sua presença paralisa a mente,
Meu olhar... De repente... Se perdeu!

Temi que a Dama de Negro me roubasse,
Arrebatasse-me deste rio em que navego...
Temi que minha alma ela calasse...
Senti muito medo, não nego!

Sem convite... Invasora,
Não foi a mim que ela roubou...
Mas assisti a cena atormentadora,
Com sua foice o fio cortou!

Desde então eu não consigo,
Minhas singelas linhas cantar...
A morte esteve comigo,
E só nela ando a pensar!

Oh, Dama porque será,
Que sua presença atormenta?
É inevitável... Você virá!
Mas meu coração não agüenta!

Quantas vezes você surgiu,
Inesperada a me levar?
Quantas vezes meu corpo sucumbiu?
Você sempre vem me buscar!

Eu cantava com alegria a vida,
A força para viver!
Declamava o que a alma queria,
Tantas coisas ela me fez dizer...

Mas relembro cada vez que surgiu,
Quantas vezes interrompida...
Várias vezes meu corpo caiu...
Várias vezes tirou minha vida!

Mas a Dama de negro impiedosa...
Calou meu coração!
Pego-me refletindo temerosa,
O que é morte e vida então?

Os meus versos falam de vida,
Ou da morte que pensa viver?
Então ouço a alma querida:
-A vida é morte, morrer é nascer!

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