terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O vaso de porcelana e a rosa


O Grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen.


Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substituí- lo.


O Grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.


- Vou apresentar um problema, disse o Grande Mestre.
E aquele que o resolver primeiro será o novo Guardião do templo.


Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala.


Em cima, estava um vaso de porcelana caríssimo com uma rosa vermelha a enfeitá-lo.


- Eis o problema, disse o Grande Mestre.


Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?


Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos a sua volta.
Depois, caminhou resolutamente até o vaso e atirou-o no chão, destruindo-o.


- Você é o novo Guardião, disse o Grande Mestre para o aluno.


Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:


- Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado. Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado - mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto.


Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente.


Nestas horas, não se pode ter piedade nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo.

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