terça-feira, 8 de janeiro de 2008

SESSENTA E TRÊS


Tufic Meokarem

Aos sessenta e três

Começo a sentir-me só
Alguns amigos se encantaram
Sumiram, buscaram a mocidade
Nesta idade, bem vivida,
Começo a sentir-me só
Outros amigos se encantaram
E voltaram, viraram pó
Às vezes sinto-me só
No meio de gente
O corpo, firme,
A alma, alegre, mas ausente.
Aos sessenta e três
Há coisas que sei mas não posso
Coisas do tempo, de vida vivida.
É um sinal, um aviso do Rei
Começo a sentir-me só!
Escolho, entendo melhor.
Coisas que me agradavam
Foram-se, viraram pó.
Aos noventa e três
Espero chegar lá (difícil, não sei...)
Estarei só, rodeado de netos
Aguardando o momento, a hora do encanto.

B.Horizonte, 05/01/08
(autorizado pelo autor)

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